quarta-feira, 17 de março de 2010

The Castle IV


Acordo assustada com o barulho do primeiro trovão. Estava tão perto que pude sentir.

Meu coração acelerado apenas me pede para correr da parte aberta a onde estou e pronto!

Olho pro céu e vejo os raios furiosos. Viria uma tempestade muito forte, como a muito eu estava esperando.

Queria ficar e sentir as primeiras gotas mas logo outro trovão ainda mais próximo me fez correr. Por um instante senti-me atacada pelo ar por todos os lados de tão forte que foi.

-OK! Já entendi o recado! – Digo em alto e bom tom para o nada. Estar sozinha tem suas vantagens, ninguém poderia ver aquela cena e depois me criticar.

Corro para dentro e ainda assim sinto os primeiros pingos grossos da chuva. Essa iria durar bastante.

Ao finalmente voltar para o quarto, observo da janela o verdadeiro tamanho que tinha aquela tempestade.

Tão linda...Poderia ficar horas a observa-la se não fosse um bilhete em cima de minha escrivaninha.

Uma carta ali?Isso não era normal, deveria ter visto isso logo de cara. Abro-a e sorrio com vontade de chorar.

Minha louca, minha criança estava com saudades de mim e preocupada! Sorrio tão abobalhadamente de felicidade que com certeza minha expressão deveria estar cômica.

Passamos ótimos momentos juntos, ela foi uma das poucas que eu convidei a entrar em meu castelo e ela o fez feliz. Não usa máscaras comigo e também não as uso com ela.

Brigamos, voltamos a nos ver, peço colo, ela me pede colo. A ajudo, ensino o que posso mesmo não tendo de certa forma vivido tanto quanto ela.

Não sei definir o amor que sinto. É puro, seguro como não sou capaz de sentir – meu ciúmes é bem controlado por isso – e forte. Ela não liga se tenho pétalas ou não, apenas gosta da minha companhia e eu verdadeiramente amo a companhia dela.

Agora está longe por forças da vida dela, as escolhas que teve. Mas me aquece o peito saber que não se esqueceu de mim e ainda se preocupa comigo.

Não percebo as lágrimas quentes que escorrem pelo meu rosto. Apenas volto a fitar a tempestade e a imagina-la.

Quando a chuva passar, mandarei um recado também. Espero que ela possa vir aqui logo, estou realmente com saudades.

Deito-me na cama e releio a carta. Era simples e objetiva, mas me alegrava ler. O sono volta e acabo dormindo com o papel pressionado contra o meu peito.

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