terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sextas - Cap III

AE! Terceiro cap! Que emoção! KKK
Porra, serio mesmo que ninguém vai me ajudar a dar um nome pra saporra! Vai ficar como sextas entons!uú Até segunda ordem
Bom, regras de sempre, Sem xingamentos, Vlw?
E, se beber, não toquem no carro!XD


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Pensei que esse vidro de Whisky que ganhei dos meus colegas de trabalho como boas vindas ficaria lacrado até ser passado a diante como presente. Apenas pensei, pois assim que Beatrix deixou meu escritório mais uma vez sem me dirigir a palavra eu senti sede de algo que apenas água certamente não saciaria.

Era amargo, forte, e tinha um cheiro que não me agradava. E o que importa? Ela era a ultima hoje. Mandei Miranda embora – não, ainda não a despedi – e rearrumei minha mesa, colocando um copo – veio junto com a garrafa – e a garrafa sobre a mesa. Bebi dois dedos, quase engasguei e pus tudo para fora. Continuei. Quanto mais aquilo me incomodava, mais me fazia bem. Talvez fosse por isso a existência de tantos alcoólatras no mundo. Era bom no começo. Pena que eu ainda sou demais racional para simplesmente beber toda a garrafa e voltar para a casa. Duas dose e meia foi o que eu agüentei por pra dentro e depois fui dirigir. Sim, sei que é errado, só não acredito que eu tenha bebido o suficiente para sair batendo no primeiro poste de iluminação da rua. Eu apenas estava...Mais leve.

Ah, claro. Levei a garrafa comigo para casa, parecia estar ganhando alguma importância agora.

Passei novamente no boteco de sempre e vi novamente uma cabeleira vermelha. Ignorei. No mês passado era apenas outra mulher, o que significa que agora deveria ser a mesma.

-Já disse pra ir embora, seu bêbado nojento! – Só que a voz era conhecida. Ok, quase bati com o carro, mas definitivamente o motivo era a voz e não o álcool.

Era a voz dela. Alta e clara. Irritada. Desliguei o carro em qualquer canto da calçada, faltando menos de uma quadra para o meu prédio e pulei pra fora.

É vergonhoso dizer isso, devo ser fraco pra álcool, já que o que bebi foi mínimo e ainda assim tenho certeza que estava tendo grandes diferenças de minhas reações habituais. Lá estava eu. Um psicólogo, franzino, baixinho, com óculos de armação quadrada e ainda usando terno parado na frente de um homem que tinha no mínimo o dobro de seu tamanho e certamente passava o dia inteiro dentro de uma academia. Isso tudo porque Beatrix estava tentando fazer aquele bêbado maldito entender a nossa língua e larga-la.

-Não faz drama, dondoca, veio até aqui, vai ter que pagar pedágio pra continuar... – Ele ria, puxando o braço fino de Bia mais pra perto. Eu não estava longe, alias, estava quase de frente pros dois só que ainda não tinha achado minha voz pra me anunciar, e como ambos estavam muito ocupados numa lutinha interna, nem ao menos me repararam ali.

-Sai pra lá seu nojento! – Não foi um chute por falta de posição, ainda assim um belo copo de cerveja preta voando, isso teve. Bebida e recipiente se espatifaram na cara do brutamontes que em resposta, puxou a garota com as duas mãos. – Olha aqui sua putinha.

-Oh Grandão. – No que ele se virou pra me ver não teve nem ao menos tempo de gravar meu rosto. Ainda fico pensando de onde tirei forças pra dar o murro que dei no nariz dele sem cair pra trás com de dor. Talvez seja culpa do Whisky!

-Nathan!? – Bia ainda estava congelada naquela cena, livre e congelada. Acho que ela não esperava que o covarde aqui pudesse isso! Sabia que a dor viria, e sabia que a dor dele passaria rápido, em dois segundos eu já estava me colocando pra fora de lá, arrastando ela comigo. A briga do lado de dentro explodiu como já era previsto que aconteceria. Todos queriam isso, só estavam esperando o primeiro soco, e eu não estava nem um pouco afim de ficar e receber a retribuição por isso, já aconteceria quando o álcool deixasse meu corpo e começasse a sentir a dor na minha mão.

-Nathan...O que? O que você está fazendo aqui!?

Adrenalina, testosterona e Álcool, apenas a respondi segurando seu queixo e forçando seu rosto a se aproximar, tomei seus lábios e a beijei apaixonadamente por alguns segundos antes de solta-la e correr pra dentro da garagem do meu prédio. Nada de represálias ou recusas. Estava assustada, atordoada. Acho que consegui devolver o favor do escritório.

Estacionei o carro na vaga de sempre, permanecendo sentado mesmo depois de desligado e passei a observar a parede a minha frente. Eu tinha feito aquilo. Bia apenas ficava calada ao meu lado, observando-me como se fosse um et, tentando encontrar alguma falha em minha imitação do Dr. Corbie.

-Bia...Me desculpe...Eu.

-Você me salvou....- Ela me interrompeu, ainda surpresa com os acontecimentos dos últimos dois minutos. Me virei pra ela e passei a fita-la nos olhos. Tive uma pequena esperança que nos agarrássemos de novo, só que ela deveria estar mais sóbria que eu, ou então ficava com um humor bom quando bêbada, pois começou a rir de toda aquela situação, desviando o olhar para a parede e tendo sua crise de risos.

-O...O quê? Por que está rindo? Bia? – Não adiantava chama-la, ela simplesmente não conseguia parar de rir. Pior, aquilo era contagioso, até eu comecei a rir desconhecendo a piada. Aquilo deveria ser mesmo algum tipo de ato reflexo, já que mais uma vez fui calado por um beijo. Estava começando a gostar dessas surpresas. – Pensei que fosse me abandonar pelo seu medo... – Murmurou ao fim, mantendo o rosto próximo ao meu.

-B-bom...Eu não podia deixa-lo te agarrar contra a sua vontade...- Tentava arrumar uma desculpa racional. Tinha mais em jogo do que apenas salva-la. Não agüentaria ver outro homem tomando pra si o que era Meu.

Depois de alguns minutos naquele silencio que fui desperto para onde e quão expostos estávamos. Um carro chegava na garagem e precisávamos sair dali depressa. Sai do carro e corri para o elevador, Bia logo atrás, rindo e se divertindo de toda aquela situação. Se não fosse por uma placa consideravelmente grande no espelho avisando sobre câmeras de segurança, ela provavelmente teria me agarrado ali mesmo. Ou eu o faria.

Sai do elevador as pressas e ela me seguindo com um sorriso enorme no rosto e as mãos atrás do corpo. Conhecendo-a como eu conheço. Ai tinha! E claro, sempre que estamos juntos, alguém quem te ser testemunha e lá estava o pirralho do vizinho no corredor olhando pra nos dois com cara de perdido, quase entrando pra perguntar pra mamãe o que estava acontecendo.

-Entra logo! – Não precisei pedir uma outra vez e Bia já pulava para a cozinha do meu apartamento, quase tendo uma crise de riso pelo meu nervosismo. – Do que você está rindo!?

-Deveria se ver no espelho! Você ficou branco quando viu o moleque! – Ela sentou-se na cadeira e continuou com as mãos nas costas.

-Claro! Se ele abrir o bico que me viu entrando... – E me calei. Ela perdeu o sorriso ao ouvir o começo da minha declaração de medo. – Bia! Você sabe exatamente.

-Eu sei exatamente dos riscos, mas você nem por um instante pensou que podem ser contornados facilmente? Sempre fica tão desesperado que nem pensa nas soluções!

Pronto. Lá se foi toda a felicidade dela de estar comigo. Tanto que nem mais tentou esconder a garrafa de Whisky que encontrou no carro e a deixou sobre a mesa mesmo.

-Bia...Eu quero. Só...Tente entender o meu lado! Alias, entenda o Nosso lado, pois se descobrem, você também terá problemas.

-Não ligo, meu maior medo é estar longe de ti.

Aquilo me silenciou. Respirei fundo num misto de pânico e felicidade. Deixei a chave virada na porta e caminhei até onde ela estava, ignorando sua cara triste e a abracei. – Meu maior medo é que te afastem de mim. Quase morri nesse um mês que não apareceu. Mas entenda, se descobrirem, eles Vão nos afastar...- Tentava dizer com calma. Precisava que ela entendesse porque só assim conseguirmos arrumar as coisas e seguir. Juntos, preferencialmente.

Fiquei feliz ao sentir os braços dela envolverem meu pescoço. Seu perfume. Seu calor. Isso me acalmava, me fazia esquecer todos os pesadelos que vivi e que quis destruir. Tudo.

-Nos vamos dar um jeito...Só não me apavore agindo assim, por favor...- Sua voz era baixa, fraca, como se ainda tivesse medo de que eu mudasse de idéia e negasse tudo, mandasse-a embora e pronto. – Desculpe-me...Vou tentar me controlar mais...

Depositei um beijo em seu ombro, próximo ao pescoço e pude notar com certa felicidade que se arrepiava. Seu sorriso se abria e tudo que desejava era ficar assim com ela, em um lugar seguro, longe de todos os problemas.

Aos poucos o abraço foi se afrouxando e ela passou a me encarar com um sorriso divertido. – Agora...Mudando de assunto...Desde quando o Dr. Corbie Bebe? – Indagou, indicando com o dedo a garrafa de bebida aberta e já com uma pequena falta no seu conteúdo.

-I-isso? Bem, eu ganhei como presente dos meus futuros colegas de trabalho na faculdade. Fui aceito novamente lá, desta vez, como membro do corpo docente.

Senti-me envergonhado com isso. Quando Bia me contara que bebia, deixei bem claro minha opinião contra tal tipo de “fuga”, e lá estava eu, numa situação gerada pela minha pequena escapada. – Olha, eu não bebo, eu apenas...

-Não precisa se explicar, Nathan, estava apenas querendo ser chata – Mostrou a língua e se levantou. Fiquei meio perdido ainda ajoelhado no chão, acompanhando-a com o olhar e vendo para minha surpresa que ela ia até o congelador, pegando gelo e colocando dentro de um pano de prato que encontrou. – Agora sente-se, o álcool não vai te proteger eternamente da dor. – Por mais assustada que ela estivesse na hora, pelo visto tinha gravado e muito bem na memória o ocorrido no bar. Sentei-me com um sorriso forçado no rosto.

-Não tem pro....Ai! – Tinha, o frio do gelo parecia despertar a dor que se escondia no fundo da mão. Bia sentou-se numa outra cadeira, de frente para a minha e segurava minha mão entre a dela e o saco improvisado de gelo.

-Foi muito corajoso pra quem bebeu pouco, eu imagino, fazer aquilo...Aquele cara era o dobro de nos dois juntos, eu acho. – Comentou rindo. Sentia-se orgulhosa de mim e eu estava feliz por agora receber seus cuidados. Eu não havia ganho a luta simplesmente porque fugi antes dela começar em si, apenas alcancei meu objetivo e pronto. E meu objetivo estava agora cuidando de mim, como se fosse um verdadeiro campeão.

-Eu não podia deixa-lo te agarrar a força! – Tentei parecer mais imponente, o gelo tratou de tirar esse meu ar. Argh, aquilo começava a doer. – Você socou uma parede de músculos e ossos! Espero que não fique tão ruim. – Ela fechou minha mão sobre o saco de gelo e puxou-a até os lábios, depositando um beijo carinhoso sobre meus dedos.

-Meu cavaleiro de armadura brilhante – Riu, me olhando com tanto carinho que sinceramente esqueci a dor da mão.

-E a universidade...?

Aquela pergunta me fez acordar pro assunto que ela ainda não estava a par completamente.

-Fiz o teste, passei com mérito, e fui contratado. Começarei juntamente com o novo semestre. Poderei concluir minhas pesquisas lá dentro, ao menos, foi o que o Prof. Brownstone me disse. – Era estranho depois de tanto tempo de tudo resolvido só agora dizer isso. Ela fez uma cara esperançosa que me fez sorrir.

-E vai deixar de clinicar?

-Não. Ele me disse que era bom eu manter a clinica, trabalho extra, alem de oportunidade de estagio para os alunos. Vou reduzir minhas consultas e dividir com outro alguém o lugar.

-Ah... – Bia parecia desanimar.

-O que houve?

-Se deixasse de clinicar, teríamos menos um problema...

-Não vejo como uma coisa afeta a outra...

-Suas sextas.

Ri. Tinha até me esquecido de todo o começo da confusão.

-Eu mudo seus horários para quinta.

-Ai vai passar a se embonecar nas quintas. – Agora ela quem ria.

-Não vai ter tempo para isso. Não posso dispensa-la assim sem mais nem menos depois do que aconteceu...Mas serei rápido.

-Vai ser estranho... – Mordeu o lábio inferior, fitando-me tão fundo nos olhos que me senti envergonhado.

-Estranho...?

-É, vê-lo sem ser no seu consultório...

-Nós não precisamos de lá. – E seu sorriso se alargou que eu novamente senti minhas bochechas doerem. Como raios ela conseguia fazer aquilo?! Desviou seus olhos por alguns instantes, mordendo o lábio inferior e se levantando. Foi atrás de dois copos no escorredor e mais uma travessa de gelo. Gelo em ambos os copos e abriu o Whisky. Quis protestar contra vê-la beber bem na minha frente até ela me oferecer um dos copos e estender o dela.

-Um brinde?

-A superação do seu medo – Bia sentou-se na mesa, bem na minha frente e bateu de leve seu como no meu para criar aquele típico barulho de vidro.

-A nós. – A corrigi, bebendo mais um gole de daquela bebida amarga e puxando-a para cair no meu colo e tomar-lhe os lábios.

É, acho que o álcool esta começando a fazer seu milagre. Ficamos assim por algum tempo, não interessa quanto. Seus lábios, sua língua, o contato com a mesma. O arrepio de cada toque, cada beijo extra. Meu coração estava acelerado, sentia-o bater nas minhas costelas com força algumas vezes. Era essa a sede que eu sentia.

Um caminho de beijos úmidos e carinhoso foi feita da minha boca até minha orelha, onde num sussurro ouvi-a proferir uma fraca que me fez sorrir.

-Off with your head...

Ajeitei-a melhor em meu colo e me levantei, carregando-a em meus braços até meu quarto. Finalmente teria uma noite em que as coisas não se passavam só na minha cabeça.


1 comentários:

Anônimo disse...

" Vai ficar como sextas! Até segunda " Wait, what? XDDDD Mudança de nome soh em dia útil? srsrsr

Ui x3 até que enfim ele se deu bem hein? srsrsr

E Lulz, Dondoca! XD