quinta-feira, 19 de maio de 2011

The Castle XIV


No fim.

Eu parti

Ele partiu

Sinto falta deles, mas espero que o tempo me mostre que eu estava certa, que foi melhor assim.

Não suportava mais velhas dores, e se quero mudar, preciso deixar com que finalmente esses machucados se cicatrizes Não odeio mais essas marcas em minha pele.

Isso mostra o que passei, o que me tornei, e são a prova de que sou capaz de sobreviver.

Tenho dado menos atenção ao mundo do lado de fora de meus muros.

Não tem mais o mesmo brilho.

Saio, saio sem máscara, me enfio numa livraria, compro alguns livros e retorno.

Tenho passado um tempo considerável na biblioteca sozinha, sem o gato ou qualquer visitante.

De vez enquando falo com meus vizinhos pelo muro, mas não sai muita coisa disso, apenas mais textos para meu deleite.

No fim

Acho que eu já não sinto tanto

Quando eu era pequena tive uma descoberta – que pra mim na época era enorme – que se você pressionar qualquer parte do seu corpo, até mesmo perto da ferida, e se concentrar nessa pressão, a ferida não parece doer tanto.

A pressão são novos sonhos, ou problemas daquele momento. Como estudos, ou planos para viagem.

Eu gosto de viajar, sair do meu castelo e ir para bem longe, muito longe, onde ninguém me conheça e onde eu não conheça ninguém. Um novo capitulo.

Adoro a sensação, e só de sonhar com isso eu me sinto bem, mesmo sabendo que muitas coisas ruins podem acontecer, e que com certeza vão acontecer.

Mas é a vida, não é?

No fim

Eu continuo sendo a mesma de sempre, apenas passando por mais um outono como todos os outros, deixando minhas folhas para trás e esperando para poder ver as minhas novas cores na primavera.

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